Quem Somos

Apresentação

O Imagens do Povo (IP) é um programa de documentação e pesquisa fotográfica do cotidiano das periferias, de formação e inserção de fotógrafas/os populares no mercado de trabalho. Fundado em 2004 pelo Observatório de Favelas em parceria com o fotógrafo documentarista João Roberto Ripper, o IP alia técnica fotográfica à promoção de direitos e à democratização da comunicação. 

O objetivo central é criar novas representações sobre os espaços populares contribuindo para desconstruir os estigmas relacionados a estes territórios. Além disso, a formação, a memória e a difusão são dois eixos fundamentais.

Formação:

Escola de Fotografia Popular

Com foco no olhar humanístico da profissão, a Escola de Fotografia Popular (EFP) alia conhecimentos teóricos que vão da História da fotografia ao dia a dia no fotojornalismo, transitando por tecnologias e ferramentas digitais. O programa já formou seis turmas de fotógrafas/os (2004, 2006, 2007, 2009, 2010 e 2012), totalizando mais de 200 profissionais que receberam certificados de extensão da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal do Rio do Janeiro (UFRJ). 

Ao longo dos anos, a Escola foi se desenvolvendo sobretudo a partir da generosidade e competência das/os professoras/es, palestrantes e coordenadoras/es que passaram por ela, aqui representados por Ripper e Dante Gastaldoni. Em 2022, após uma década da última turma, a EFP retoma suas atividades com a turma Bira Carvalho.

Oficinas Livres

Formações de curta duração que visam contribuir com o aprimoramento técnico e conceitual de fotógrafas/os populares que já atuam no mercado de fotografia. Essas pequenas formações também  tem o objetivo de ser uma primeira aproximação com a linguagem fotográfica de moradoras/es de favelas e periferias em suas diversidades de idade, gênero, território, sexualidade, cor e etnia.

Memória e difusão:

Agência-escola

Fotógrafas/os populares paceiras/os atuam como prestadores de serviços em coberturas fotográficas de eventos, editoriais e documentação autoral. Instituições sem fins lucrativos e agências de comunicação estão entre os principais clientes.

Galeria 535

Espaço exclusivo para exposições fotográficas, de acesso gratuito e localizado na  sede do Observatório de Favelas, na Maré. Criada em 2011 para apresentar trabalhos de alunas/os da EFP, a galeria passou a receber exposições de outras/os profissionais, além de ações realizadas junto às comunidades populares. A programação valoriza conteúdos e atividades que dialoguem com a favela, a fim de prestigiar as periferias e desconstruir estereótipos sobre as mesmas.

Publicações

O primeiro livro, uma coletânea de imagens produzidas por ex-alunas/os da EFP, foi lançado em 2012. Em seguida, em 2014, celebrando os 10 anos de existência do programa, lançamos a publicação “Nós: um ensaio do Imagens do Povo” e uma exposição fotográfica no Galpão Bela Maré, espaço de artes visuais também do Observatório de Favelas. 

Acervo digital da fotografia popular

A fotografia é uma importante ferramenta de apoio à pesquisa e preservação da memória. A partir dessa percepção, o acervo do Imagens do Povo se apresenta como alternativa por possuir variadas formas de registros fotográficos do cotidiano periférico e permitir a viabilização dessas imagens para acesso a diferentes usuários.

Esse acervo digital possui registros de diferentes espaços populares a partir de seus cotidianos, costumes, culturas, manifestações e festas populares. Nesse sentido, reúne ampla cobertura de temas sociais e de engajamento político na luta por direitos. 

O alcance desse trabalho inclui formação voltada à preservação e guarda da produção fotográfica popular, institucional e patrimonial com caráter de pesquisa, captação de recursos, debates sobre novas tecnologias e comunicação crítica. Por fim, auxiliar na produção e escrita de projetos de pesquisa que estimulem essa memória social e territorial.

Entre os principais clientes estão editoras, instituições sem fins lucrativos e agências de comunicação. Aqui, a proposta do acervo vai além da venda de fotografias porque entendemos essa produção fotográfica como uma garantia da manutenção da memória das favelas que elege como protagonista o olhar de dentro para dentro, com afeto, respeito e retorno às/aos fotografadas/os. 

Como política de organização de acervo digital, promovemos a produção documental e a busca pelo destaque no mercado da fotografia, comunicação, educação, conservação e arte. Para além de se tornar um centro de preservação e memória periférica, também pretendemos fortalecer uma identidade institucional que colabore para legitimar a história destes espaços e sua dimensão cultural. A necessidade de guarda desses arquivos pode ser vista como uma ação estratégica para debater a história da cidade e a memória coletiva dos espaços populares, além de fomentar a divulgação, o acesso e a pesquisa.